O britânico Michael Morpurgo, atualmente com quase 80 anos, é um conceituado escritor de literatura infantojuvenil. O seu livro mais famoso é Cavalo de Guerra (1982), que deu origem a um belíssimo filme. De entre as suas dezenas de obras, encontra-se A fuga de Xangri-La, livro escrito em 1998.
A fuga de Xangri-La conta como Cessie, a narradora, conheceu o avô, a quem chamam Popsicle, quando tinha 11 anos. A menina fica eufórica quando o avô aparece e a mãe de Cessie, ainda que desconfiada no início, também recebe Popsicle de braços abertos. Mas o pai não se mostra tão recetivo porque tinha sido abandonado quando era criança, há cerca de 50 anos, por motivos que serão desvendados ao longo da história.
Popsicle tem problemas de saúde que obrigam à sua hospitalização, mas o maior problema é a falta de memória, já que não se lembra de onde morava antes de descobrir a casa do filho.
O amor e a união entre Cessie e o avô vão aumentando e a criança reage muito mal quando Popsicle é colocado em Xangri-La, uma casa de repouso que está situada num local paradisíaco (daí o nome da instituição), à beira-mar, mas onde os utentes estão enclausurados e se sentem infelizes. Inconformada com a situação, a menina aceita ajudar o avô a fugir e ambos, com o apoio dos novos amigos que Popsicle fez em Xangri-La, vão embarcar no Lucie Alice, um barco que salvou muitos soldados durante a II Guerra Mundial e que o avô restaurou. Lucie Alice é mais do que um barco salva-vidas. É sinónimo de lar, de aconchego e segurança. Popsicle, apesar de velho, ainda não está acabado e é capaz de o manobrar e de navegar em mar alto.
Esta é, a meu ver, uma belíssima história, que nos prende do princípio ao fim, e que é Indicada para pais, filhos e avós, já que explora os conflitos familiares que existem em todas as famílias. Além disso, mostra-nos que os mais velhos ainda têm muito para dar. O interior da narradora é magistralmente explorado pelo autor, o que nos permite termos conhecimento dos seus pensamentos mais íntimos. Os diálogos estão bem construídos e o enredo é coerente e cativante.
Aconselho a leitura deste livro, quanto mais não seja porque o autor, Michael Morpurgo, é um escritor de renome e um mestre para todos aqueles que desejem escrever para crianças e jovens.
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SOBRE
Sou escritora e também professora. Amo escrever e ensinar!