Entrevista à bookstagrammer Mariana Ribeiro

A Mariana Ribeiro (@bichos.do.conto) é uma bookstagrammer, "mãe a tempo inteiro", como a própria diz, apaixonada pelos livros infantis e por contar histórias. A paixão por esta arte e pela ilustração, aliada ao facto de ter um filho daltónico, estimulou-a, ainda mais , a aprofundar a perceção que as crianças (e adultos, porque não?) têm dos livros ilustrados.

Fica a conhecê-la um pouco melhor.

😊Quem é a Mariana Ribeiro?

Fala-nos um pouco de ti. 😊

Mãe Bicho. Mãe de três rapazes e dois anjinhos. Mulher casada, a solo em casa de 5, formada em Ensino Básico, Livro Infantil e Animação Sociocultural. Tive a oportunidade de focar os 3 últimos anos académicos em temas que realmente me apaixonam: o Livro Infantil e a Contação. Estudei, namorei, graduei, casei, dissertei e fui mãe. Defendi uma tese maravilhosa de título "Práticas Narrativas e Perfis de Contadores de Histórias" com uma barriga de 35 semanas. No entanto, conforme a Vida acontece, algo segue em frente e algo fica para trás. "Vai candidatar-se?" (perguntava certa funcionária de olho fixo na barriga) "Não tenha grandes esperanças. Ou arranjava emprego ou se dedicava à família, a senhora claramente já fez a sua escolha."

Foi assim que me vi ficando para trás à medida que em frente seguia uma nova geração. Num misto de orgulho pela família que tenho e desilusão pelo buraco que a falta de emprego cavou, sou mãe a tempo inteiro e procuro forma de plantar neste buraco uma nova árvore.

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😊Como nasceu a página @bichos.do.conto?😊

A Bichos do Conto surgiu por sugestão de um querido familiar. Surgiu de uma conversa que, embora já repetitiva, teve lugar em tempo propício. Os filhos andavam a dar bons feedbacks das nossa leituras nocturnas, e a nossa biblioteca tinha dado um salto em crescimento.

A Bichos do Conto não surgiu em sintonia pandémica porque nessa altura a Mãe Bicho não tinha mãos a medir. Com um filho no 1º ciclo, outro no pré-escolar e um menino de peito ao colo (ou um menino de colo ao peito, conforme a hora), não havia tempo de sobra. Mais tarde sim, já no embalar da rotina, depois de bem introduzida a alimentação complementar e interiorizado o ritmo de trabalho familiar.

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😊Por que motivo optaste por falar de

literatura infantil?😊

Paixão, idades, ilustração, arte. O feedback leitor que recebia dos filhos tornou-se motivação inspirativa, criando base para falar do que sei, do que estudei, do que é o meu meio. A paixão desmedida pela área da ilustração (que desenvolvo a título pessoal na página @mfa.romana) e a história que conta com ou sem texto à mistura era e é ainda o meu maior foco. Com o tempo, com o diagnosticar da condição daltónica do filho do meio, o tema tornou-se ainda mais interessante. Como vive ele, logo ele que também tem veia artística, a leitura visual da obra?

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😊Tens algum livro ou autor preferido (e porquê)?😊

Vários. A nossa escolha faz-se primeiramente pelo conjunto ilustrador/autor. Em segundo, conforme a editora. Reconhecemos a sublime qualidade de uma grande variedade de artistas. Recentes, contemporâneos, clássicos, deste e de outro século. Desde Arthur Rackham até Ana Granado, passando por Maurice Sendak, Tomi Ungerer, Leo Lionni, Tomie de Paola, Shaun Tan, Eric Carle, Yasmeen Ismail, Benjamin Chaud, Davide Cali, Einat Tsarfati, Bernardo Carvalho, Yara Kono, Isabel Minhós Martins, André da Loba, António Jorge Gonçalves, Guilherme Karsten... Podia ficar aqui uma boa hora!

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😊Como tem sido a receção dos teus seguidores a este projeto?😊

O número de seguidores que tenho não é enorme e de facto, entre eles, a percentagem a que o instagram permite visibilidade ao meu conteúdo é extremamente reduzida. No entanto, o feedback é muito gratificante!

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😊Qual será o próximo passo para aumentares a tua visibilidade? Tens algum truque de marketing?😊

Em tom reflexivo, desenvolvo pouco esforço para aumentar visibilidade. Não sinto necessidade em ceder às exigências do instagram (nomeadamente no que diz respeito à criação de vídeos, pois de momento não vem de encontro ao que fazemos neste projecto - quem sabe se um dia terá e decidamos desatar a criar reels, mas não por agora). O nosso objectivo não passa por chegar à maior quantidade, mas sim à maior qualidade seguidora. Preferimos 1 conta seguidora que nos observa por gosto do que 30 que nos seguem na única intenção de receber um "follow" em retorno. Escrevemos para quem gosta. É da forma que evitamos a sensação de obrigação a corresponder à exigência alheia, e mantemos o factor genuíno no máximo!